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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-0-691-14913-4
Editora: Princeton University Press
Os empreendedores são motivados, de modo geral, a buscar poder e autonomia ao iniciarem seus negócios. Mas, qual é a diferença entre alguém que deseja ter uma carreira e alguém que quer ser empreendedor?
Enquanto os profissionais focados em carreira acham desafiador renunciar a um emprego estável e iniciar um empreendimento, os empreendedores enfrentam dificuldades em se adequar à vida de escritório e prosperam com a ousadia de seguir seus próprios rumos.
A diferença na motivação é o que realmente separa esses dois mundos. Para pessoas em busca de uma carreira, a segurança, o prestígio, o ganho financeiro e a afiliação são as motivações principais.
Já para empreendedores do sexo masculino, o ganho financeiro e o controle – na forma de poder, influência, autonomia e gestão de pessoas – são o que os move.
Essas motivações são manifestadas de formas fascinantes. Evan Williams, criador do Blogger, tinha plena consciência de que seu principal impulso era o poder e a autonomia. Tanto é verdade que ele rejeitou uma oferta de compra valendo milhões de dólares somente para preservar o controle de sua empresa.
De modo similar, Genevieve Thiers, criadora do Sittercity, estava empregada na IBM quando constatou que se sentia sufocada, como uma peça em uma engrenagem. Ao perceber que ansiava por autonomia e influência, ela deixou seu trabalho para dar início ao seu próprio empreendimento.
Curiosamente, as motivações principais das empreendedoras do sexo feminino são praticamente as mesmas que para empreendedores do sexo masculino: altruísmo, gestão de pessoas, influência, poder e autonomia.
Todavia, é importante notar a adição do altruísmo e o fato de que o ganho financeiro não está na lista. Para elas, as motivações principais giram em torno de temas como estilo de vida, segurança e reconhecimento.
Capital humano refere-se às habilidades, conhecimentos e expertise em seu negócio e na indústria pretendida. Barry Nalls, fundador do provedor de serviços de telecomunicações Masergy, trabalhou como funcionário na GTE, uma grande empresa de telecomunicações, por mais de 25 anos, adquirindo muita experiência relevante.
As habilidades que Nalls desenvolveu guiaram-no em várias outras pequenas empresas antes de iniciar a Masergy sobre a sólida base de seu conhecimento adquirido.
Compreender o seu segmento de atuação ajudará a evitar problemas fatais. Assim, os fundadores que lançam startups sem capital humano aplicável percebem taxas de falha mais altas do que aqueles que têm experiência prévia no ramo de sua startup.
Quando a estrela do beisebol Curt Schilling lançou sua startup de jogos on-line, a 38 Studios, ele contou com habilidades adquiridas em sua carreira esportiva, como uma forte ética de trabalho e capacidade de liderança. Mas, carecia de experiência em uma área-chave: gerenciamento de pessoas.
Schilling não entendia por que os funcionários precisavam ou mesmo queriam folgar nos finais de semana. Vindo de uma indústria completamente diferente, ele precisava aprender como as pessoas eram motivadas no mundo dos negócios. Para salvar sua startup do fracasso, teve que aprender rápido.
O capital humano é vital, mas não será suficiente se você não tiver outro tipo de capital na manga: o capital social, isto é, a rede que você traz para sua empresa como fundador. Isso permite acessar recursos estabelecidos e descobrir novos.
Dito de outra forma, quanto mais conexões você tiver antes de iniciar o seu negócio tanto menor será o tempo necessário para construí-lo. Antes de iniciar a Masergy, Barry Nalls havia estabelecido conexões profissionais com potenciais funcionários, clientes, consultores e investidores.
Foi assim que ele conseguiu tornar a Masergy viável seis meses após o lançamento da empresa. No entanto, você precisa encontrar um equilíbrio. Tome cuidado para não se prender a uma carreira enquanto seus sonhos de se tornar um fundador de uma startup escorrem entre os dedos.
Potenciais fundadores que demoram excessivamente em seus empregos gastam muito tempo trabalhando em elementos particulares e se especializam demais em seu conhecimento.
Isso os torna menos propensos a serem fundadores bem-sucedidos, pois estes precisam ter habilidades diversas para serem verdadeiramente eficazes. Nalls evitou ficar preso a uma determinada área enquanto estava na GTE, garantindo que passasse menos de dois anos em qualquer posição antes de seguir para a próxima.
Você tem dinheiro suficiente para iniciar e manter sua empresa? Assim como o capital social e humano, você precisará de capital financeiro para ter sucesso. Barry Nalls fundou a Masergy sozinho, pois, além de sua experiência e conexões profissionais, ele também tinha recursos financeiros para iniciar o negócio e cobrir as despesas até obter lucro.
Mas muitos de nós não têm a mesma sorte que Nalls. Então, o que você deve fazer? Diz o ditado que “duas cabeças pensam melhor que uma”. Se você está enfrentando dificuldades para se sustentar enquanto trabalha sozinho, considere encontrar um cofundador.
Antes de fazer isso, avalie seu capital: social, humano e financeiro. Você tem o suficiente em cada área? Em qual área está carente? Identificar essas lacunas lhe ajudará a decidir o que seu potencial cofundador deve aportar.
O fundador da Pandora Radio, Tim Westergren, teve sua ideia para o negócio em 1999. Westergren tinha conhecimento sobre a indústria musical, as conexões apropriadas e os fundos para começar.
O problema era que ele nunca havia gerenciado um negócio antes. Além disso, sua ideia de um banco de dados avançado de música exigiria habilidades altamente técnicas que ele não possuía.
Ele decidiu esperar até encontrar cofundadores adequados para ajudá-lo a realizar sua ideia – uma decisão crucial para o sucesso eventual da Pandora. Mesmo se você tiver todo o capital necessário, ainda poderá querer um cofundador, pois as tarefas do seu novo negócio podem ser muitas para lidar sozinho.
Agora que chegamos na metade da leitura, vamos nos concentrar em 3 dilemas centrais na vida de um fundador: a delegação de tarefas e responsabilidades, a distribuição acionária e as fontes de financiamento.
Não seja arbitrário ao distribuir títulos. Os papéis dos cofundadores devem ser claros desde o início. Não há dúvida de que o cobiçado título de CEO é algo que todo empreendedor deseja.
No entanto, quem deve ser tornar CEO quando há mais de um fundador na startup? O título geralmente é concedido ao cofundador "mais comprometido" ou à pessoa que teve a ideia inicial da empresa.
Portanto, se você largou o emprego para se dedicar integralmente à startup, investiu mais capital inicial ou é o cérebro por trás da ideia original, então é provável que se torne CEO, independentemente de suas reais habilidades estratégicas ou de liderança.
Mas isso realmente funciona? Uma estratégia melhor para a saúde a longo prazo de sua empresa é delegar os papéis de acordo com as habilidades dos cofundadores. O autor utiliza a Apple como exemplo.
O sucesso da empresa de tecnologia se baseou, em parte, na interação inicial entre as habilidades de vendas de Steve Jobs e as habilidades técnicas de Steve Wozniak. Nessa situação, Jobs era naturalmente o CEO, enquanto Wozniak liderava a pesquisa e desenvolvimento.
Essa divisão de trabalho ajudou os fundadores a desenvolverem seus próprios papéis e responsabilidades de maneira distinta. Cada sucesso ou fracasso podia ser atribuído à sua fonte e ninguém poderia ser culpado pelos erros de outra pessoa. E, o mais importante, todas as tarefas eram concluídas quando necessário.
Se você tiver dois cofundadores em sua startup, como deverá distribuir a participação acionária da empresa? Muitos pensam que uma divisão igualitária é a melhor alternativa e a opção mais justa. Mas raramente isso é tão simples.
As experiências do empreendedor Evan Williams oferecem uma lição interessante sobre distribuição de participação acionária. Ao construir a startup de publicação de podcasts Odeo, Williams decidiu outorgar ao cofundador Noah Glass uma participação de 70% na empresa.
O raciocínio de Williams era que, enquanto Glass trabalhava em tempo integral no projeto, ele atuava apenas meio período. No entanto, à medida que a empresa crescia e Williams começava a trabalhar em tempo integral na Odeo, a tensão entre ambos sobre quem deveria ser o CEO começou a afetar o relacionamento de trabalho.
O dilema foi resolvido quando Glass decidiu deixar a startup. A moral disso tudo? Distribuir a participação acionária no início da vida de uma startup não é fácil, pois você simplesmente não pode prever o que seus cofundadores realizarão no futuro.
Para evitar conflitos, lembre-se de que muitas vezes é melhor adiar a divisão da participação acionária até que os cofundadores conheçam as habilidades e capacidades uns dos outros e, o mais importante, seu comprometimento com a empresa.
Atrair capitais pode acelerar o desenvolvimento do seu produto, mas também o deixa comprometido com seus investidores. A decisão entre gastar ou economizar, embora seja aparentemente simples, se torna crucial à medida que os fundadores de startups começam a expandir seus empreendimentos.
Você deve procurar apoio externo para sua startup ou apertar os cintos e tentar aproveitar ao máximo o pouco dinheiro que possui? A decisão entre fazer "bootstrapping" – iniciar uma empresa com pouco dinheiro – e levantar capital depende, em última análise, dos objetivos gerais do fundador e da concorrência de mercado.
No entanto, alguns fundadores optam por seguir sozinhos, baseados apenas em uma intuição. Quando Jim Triandiflou e Mike Meisenheimer fundaram a Ockham Technologies, eles atraíram investidores que ofereceram cerca de US$2 milhões para iniciar o projeto.
No entanto, os fundadores recusaram o dinheiro e financiaram sua startup com US$150.000 do próprio bolso. Por que fizeram isso? "Sentimos que deveríamos vender algo primeiro", disse Jim na época.
Evan Williams teve a mesma ideia ao fundar o Blogger, tendo amigos e familiares financiando sua startup em troca de participação acionária. No entanto, quando começou a trabalhar no Odeo, sua abordagem mudou.
Percebendo que o mercado era altamente competitivo e que outras startups estavam avançando, Williams sabia que precisava levantar dinheiro rapidamente. Então, buscou investidores de alto nível para obter US$5 milhões em troca de 30% da empresa.
Os investidores de capital de risco (ou VCs) investem em startups com alto potencial. Eles frequentemente buscam proteger seus investimentos melhorando a organização e a disciplina da empresa.
No entanto, estes investidores também são conhecidos por introduzir processos burocráticos e relatórios excessivos, colocando pressão adicional sobre os fundadores.
Vale destacar, por fim, que as escolhas feitas nos estágios iniciais de uma startup podem ter um impacto duradouro no seu sucesso futuro. Questões como a escolha dos cofundadores, a estruturação do financiamento e a formulação de estratégias de crescimento requerem análise cuidadosa e consideração de longo prazo.
Outra lição valiosa é a compreensão da influência da composição da equipe no sucesso da empresa. A escolha dos membros da equipe fundadora, suas habilidades, personalidades e alinhamento de valores são cruciais para o desenvolvimento de uma cultura corporativa sólida e para alcançar os objetivos da empresa.
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Noam Wasserman é um pesquisador e acadêmico estadunidense. Atualmente, ocupa a posição de reitor na escola de negócios mantida pela Universidade Yeshiva. Anteriormente, ocupou a cadeira de e... (Leia mais)
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